
Fotografia Exército Português
Evento reuniu decisores políticos, representantes das Forças Armadas, empresas nacionais e grandes fabricantes internacionais, reforçando o compromisso de Portugal com a modernização da Defesa e o desenvolvimento da indústria nacional.
O Land Defence Industry Day, organizado pelo Exército Português, em associação com a idD Portugal Defence e outras entidades, decorreu no dia 31 de março no Quartel da Serra do Pilar, em Vila Nova de Gaia, com o objetivo de fortalecer a cooperação entre a Defesa Nacional, a indústria portuguesa e os grandes fabricantes internacionais de plataformas militares. O evento destacou as capacidades da indústria nacional nos domínios dos Veículos Terrestres e dos Sistemas Não Tripulados, reforçando o compromisso nacional com a modernização das Forças Armadas e com o desenvolvimento do setor da defesa.
Modernização das Forças Armadas e Oportunidades para a Indústria Nacional
Na sessão de abertura, o Chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), General Mendes Ferrão, destacou o foco do Exército Português no processo de modernização, alinhado com os aliados e com os compromissos internacionais assumidos por Portugal. Sublinhou ainda as oportunidades que o Exército oferece à indústria nacional, reforçando que a modernização é essencial para garantir um Exército preparado para defender o território euro-atlântico ao lado dos seus parceiros, consolidando-se como uma força estratégica.
Compromisso do Governo com a Defesa e Segurança Nacional
O Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, reafirmou o compromisso de Portugal com a defesa e segurança nacional, sublinhando a importância de um investimento sustentado no setor como forma de proteger os valores democráticos e o bem-estar dos cidadãos. Destacou ainda a valorização do capital humano nas Forças Armadas e a necessidade de reforçar a autonomia estratégica da União Europeia, como prioridades para uma defesa forte e credível.
A Defesa como Alavanca para o Crescimento Económico
O Ministro da Economia, Pedro Reis, defendeu a atração de investimento externo e a criação de consórcios empresariais como pilares estratégicos para posicionar Portugal como um player relevante no mercado internacional de defesa. A cooperação entre o setor público e privado, bem como entre os Ministérios da Defesa e da Economia, foi destacada como fundamental para promover a inovação e a competitividade da indústria nacional.
Desafios e Oportunidades para a Indústria Nacional
O Presidente do Conselho de Administração da idD Portugal Defence, Ricardo Pinheiro Alves, destacou a importância de iniciativas como o Land Defence Industry Day para aproximar as Forças Armadas da indústria nacional. A idD pretende que estas reuniões de trabalho se tornem regulares, envolvendo todos os ramos das Forças Armadas e outras áreas estratégicas de desenvolvimento.
Entre os principais desafios identificados estão a necessidade de transformar investigação e inovação em produção, criar consórcios empresariais, integrar cadeias de fornecimento dos grandes fabricantes internacionais e alcançar escala global na produção e exportação de equipamentos.
Ao mesmo tempo, foram destacadas várias oportunidades: a defesa como prioridade política, o envolvimento de organizações internacionais que abrem portas a novas formas de cooperação e o potencial de os grandes fabricantes internacionais se tornarem clientes da indústria portuguesa.
A Indústria da Defesa como Pilar Estratégico
O Ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, sublinhou o papel da indústria da defesa como um pilar estratégico para o desenvolvimento das Forças Armadas e da economia nacional. Atualmente, 1,6% do PIB português está associado às indústrias da defesa. Destacou a importância de criar um ambiente propício à captação de investimento, abrangendo desde as áreas tradicionais às mais inovadoras.
O Ministro reforçou ainda que o envolvimento das Forças Armadas é essencial para o investimento no setor da defesa. Lembrou os efeitos da negligência a que a defesa esteve sujeita durante vários anos, referindo que entre 2015 e 2024, mais de 5.000 militares saíram do serviço ativo, reduzindo o efetivo nacional para cerca de 22 mil militares, quando são necessários 30 mil para assegurar os compromissos internacionais de Portugal.
Nesse sentido, defendeu que a dignificação das Forças Armadas deve começar pela valorização dos recursos humanos. Acrescentou também que Portugal deve reforçar o pilar europeu na NATO e apostar mais na produção e compra de equipamentos na Europa, contribuindo para a autonomia estratégica europeia no setor da defesa.
Painéis Temáticos
O programa do Land Defence Industry Day integrou três painéis temáticos, que promoveram o diálogo entre empresas nacionais e grandes fabricantes internacionais, em torno dos principais eixos de desenvolvimento da base tecnológica e industrial de defesa:
Veículos Terrestres e Sistemas de Defesa – Moderado pela aicep Portugal Global, este painel destacou as competências e soluções da indústria nacional, com a participação da Beyondcomposite – Composite Engineering Solutions, Lda, A. Silva Matos, OPTIMAL DEFENCE e Promocel.
Sistemas Terrestres e Original Equipment Manufacturers (OEM) – Sob a moderação do AED Cluster Portugal, reuniu representantes de grandes fabricantes internacionais, como a Rheinmetall, UROVESA e a General Dynamics European Land Systems, promovendo a troca de experiências e perspetivas de cooperação com a indústria portuguesa.
Sistemas Não Tripulados e OEM – Moderado pelo IAPMEI, I.P. – Agência para a Competitividade e Inovação, este painel focou-se nas tecnologias emergentes e no contributo das empresas nacionais neste domínio, com intervenções da TEKEVER, Beyond Vision, Atlos e UAVision.
Fotografias: Exército Português e idD